terça-feira, 16 de junho de 2009

Mas quem foi o primeiro corretor?

De acordo com o livro Seleta do Agenciador Imobiliário, um roteiro de instruções úteis sintetizadas e explicadas, escrito por Gildásio Lopes Pereira, o desenvolvimento urbano tornou-se uma realidade apenas depois da transferência da família real para o Brasil, no princípio do século XIX, em 1807.
"O Rio de Janeiro era um pequeno burgo de ruas estreitas, cobertas de mato e iluminadas a candieiro de óleo de baleia. Mal podia acolher a Família Real. Quando a numerosa caravana ali chegou, viu-se que não havia moradia para ela. Então, o próprio Príncipe-Regente mandou requisitar as casas de residência dos habitantes da cidade. Enxotava os moradores e mandava pintar as fachadas das casas as letras maiúsculas 'PR' (Príncipe Real) que os despejados traduziam como 'Ponha-se na Rua', ou 'Prédio Roubado'. A revolta popular foi tão grande que muitos portugueses recusaram a moradia tomada dos locais e se propuseram a indenizá-los particularmente. Foi entãoque surgiu um cidadão muito atilado, que passou a intermediar as negociações: ANTÔNIO ARMANDO MARIANO DE ARANTES COSTA. Foi, de fato, o PRIMEIRO CORRETOR DE IMÓVEIS DO BRASIL".

Pedro Calmon, em sua obra História do Brasil *, comenta:
"Com a chegada de D. João VI, quase expulso da Europa, o que de mais importante havia em Portugal veio para a América. E aqui aportando, pretendeu criar numa pressa irresistível o novo império. A instalação da família real foi o primeiro embaraço vencido pela corte adventícia. Eram 10 mil pessoas num Rio de Janeiro acanhado e insalu bre de 1808. A família Real abrigou-se no Poço dos vice-reis, desalojando a Relação, que mudou-se para uma casa particular. Parte dos serviços ocupou o vizinho Convento do Carmo (transferidos os frades para a dos Barbosnos) e sua igreja ganhou honras de Capela Real, elevado o bispo a capelão mor.

Ali criou o Príncipe a Escola de Música e Canto Sacro. Aceitou em seguida, a oferta do negociante Elias Antônio Lopes, da Quinta da Boa Vista, primitivamente dos jesuítas, em São Cristóvão, e lá estabeleceu residência, ficando o da cidade como espaço das audiências. Esse deslocamento para o subúrbio importou a construção da 'cidade nova', com seus sobrados, as suas chácaras, as suas largas ruas. Antes, porém, dos melhoramentos, que exigiam tempo e ordem, era necessário acomodar o séquito de D. João nas casas provisórias. Resolveu-se o problema tomando-as dos moradores. Muitos cederam sem objeções; outros coagidos. Os magistrados disto incumbidos escreviam nas portas as iniciais P. R. (Príncipe Regente), que o povo traduziu: 'ponha-se na rua', demonstran do a irritação do povo".
http://portal.cofeci.gov.br/historico.aspx?capitulo=2

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